Sessão cinematográfica e debate
Vidas narradas e direitos humanos: para uma ética do reconhecimento
10 de dezembro de 2014, 17h00
Sala 1, CES-Coimbra
Resumo
Esta é uma iniciativa co-organizada pelo programa de doutoramento 'Human Rights in Contemporary Societies' do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e pela não te prives – grupo de defesa dos direitos sexuais, com o propósito de assinalar o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Consistirá na projeção de duas curtas e de um documentário relacionados maioritariamente com os temas dos direitos dos/as trabalhadores/as do sexo, ativismo, identidade de género e direitos LGBT, seguido de comentário e debate com as/os realizadoras/es.
Projeções:
- In/Operável [2013, 3'], de Carolina Val-do-Rio
- Thierry, 2012, 17’, de Rodrigo Lacerda
- Das 9 às 5: trabalho Sexual é Trabalho [2011, 52’], de Rita Alcaire e Rodrigo Lacerda
Comentadora: Luciana Moreira Silva (Não Te Prives | CES)
Moderador: Bruno de Sena Martins (CES)
Sinopses dos filmes :
In/Operável, Carolina Val-do-Rio | Eu cresci a achar que era um rapaz. Talvez fosse. Talvez seja. Prémio de Melhor Filme - InFrame (Portugal 2013)
Thierry, Rodrigo Lacerda | Thierry é um jovem francês que vive em Londres. É gay, trabalhador do sexo, ator porno ocasional, ativista LGBT e o presidente da delegação dos trabalhadores do sexo do terceiro maior sindicato do Reino Unido. Possui uma licenciatura em História e concluiu recentemente um mestrado em British Women History na London Metropolitan University. Está a planear poupar dinheiro para fazer o doutoramento. Este filme é constituído por dois dias na sua vida.
Das 9 às 5: trabalho Sexual é Trabalho, Rita Alcaire e Rodrigo Lacerda | Das 9 às 5 dá conta da visão que os trabalhadores do sexo têm sobre as suas profissões e os enquadramentos sociais e legais a que estão sujeitos. Para isso, e ao longo de mais de dois anos, os realizadores acompanharam o dia-a-dia de vários trabalhadores que se empregam na área da sexualidade, conheceram a sua relação com as outras pessoas presentes nas suas vidas (familiares, amigos e colegas de trabalho) e documentaram as suas lutas, queixas e triunfos.
Porque o termo “trabalhador do sexo” é muito vasto, Rita Alcaire e Rodrigo Lacerda dão a conhecer, através deste filme, as várias realidades que pertencem a esta categoria e o tipo de atividades existentes. Não justapondo-as, mas com o objetivo de mostrar a diversidade de profissões que trabalham com a sexualidade e como, com todas as suas diferenças, os problemas que têm são transversais a todos e essencialmente de ordem laboral.
O filme recorre também a entrevistas com investigadores e associações que desenvolvem estudos e projetos junto destes trabalhadores, ativistas e políticos, assim como imagens de eventos significativos na luta pelos direitos dos trabalhadores do sexo.
Notas biográficas dos realizadores:
Com 22 anos e natural de Coimbra, Carolina Val-do-Rio (a.k.a. Kayl Worska) é actualmente estudante de Imagem na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha. Pessoa proactiva no geral, conta com "In/operável" como a sua primeira obra videográfica com um guião, uma equipa e um propósito extracurricular.
Questões para debate: identidade de género, corpo, papéis sociais;
Rodrigo Lacerda nasceu em Coimbra em 1979. Estudou Cinema e Televisão na London Metropolitan University e National Film and Television School, no Reino Unido, e obteve o Mestrado em Antropologia, especialização Culturas Visuais, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com a tese “A Morte de um Ditador: O Visual e o Olhar no Funeral de António de Oliveira Salazar”, orientada pelos Professores José Neves e Catarina Alves Costa. É, actualmente, investigador do CRIA-FCSH e doutorando em Antropologia na mesma faculdade com um projecto sobre o cinema indígena no brasil.
Co-realizou, com Rita Alcaire, os documentários Filhos do Tédio (2006), O Pessoal do Pico Toma Conta Disso (2010), Filarmónicas da Ilha Preta (2011) e, em co-produção com a RTP, Das 9 às 5 (2011). A título individual, realizou Pelos Trilhos do Andarilho - Ao Encontro de Ernesto Veiga de Oliveira (2010; produção GEFAC) e Thierry (2012).
Rita Alcaire é antropóloga, mestre em Psiquiatria Cultural e doutoranda em Human Rights in Contemporary Societies. Tem como temas de eleição identidade(s), sexualidade(s) e ‘popular culture’ (cinema, televisão e música). O seu percurso profissional e académico tem sido uma resposta às diversas inquietações que lhe têm surgido em torno dessas áreas de interesse, a que se junta o vídeo como uma das formas privilegiadas de as trabalhar.
Co-realizou com Rodrigo Lacerda os documentários Filhos do Tédio (2006), Breve História do Rock de Coimbra (2010), O Pessoal do Pico Toma Conta Disso (2010), Um Quarto no Éter (2011), Filarmónicas da Ilha Preta (2011) e Das 9 às 5 (2011). A estes trabalhos junta-se Para-Suicídio Pop (2008), realizado inicialmente para o cumprimento da parte curricular do Mestrado. Tem várias obras publicadas, das quais se destacam Filhos do Tédio; o número especial do Magazine de Artes de Coimbra, que coordenou; o capítulo "Traçar a Memória do Concelho de Cantanhede" e Bandas Filarmónicas do Concelho de Cantanhede.
Levou a efeito vários projetos culturais, sociais e antropológicos, designadamente no âmbito da história oral e identidade.
Está neste momento a desenvolver, para o seu doutoramento, um projeto colaborativo de investigação-ação no âmbito da cidadania íntima e dos direitos sexuais.