Jornada de Feminismos Africanos

Das Lutas de Independência aos Desafios do Futuro

23 de setembro de 2025, 09h30

Anf. III, Faculdade de Letras da UC

Notas biográficas

Aida Gomes nasceu em Angola, estudou sociologia e obteve o mestrado em ciências sociais e políticas na Holanda em 1996. Em 2011, publicou seu primeiro romance, Os Pretos de Pousaflores ;;D. Quixote / Leya;orador re-editado no Brasil pela Funilaria em 2023. Publicou em 2024 contos & cronicas, Borboletas que bebem lágrima de crocodilos, ;;Visgarolho;orador. Antes publicou, The Mozambican Press: a political analysis and a Historical overview, 1854-1994, ;;Occasional Papers Series, Randboud University of Nijmegen, 1996;orador. Também escreveu para revistas e jornais: Buala ;;Portugal;orador, Development Workshop ;;Luanda, Angola;orador; Occasional Papers Series, Universidade da Nijmegen ;;Holanda;orador; Revue Noire ;;Paris, França;orador; DEMOS Journal, ;;Maputo, Moçambique;orador; Furies Thema ;;Nijmegen, Holanda;orador. Entre 1997 e 2017, trabalhou em África, Ásia, Europa Central e América do Sul, geralmente em missões de paz pela Organização das Nações Unidas ;;ONU;orador. Frequentou o curso de doutoramento em história da literatura na Universidade do Rio Grande, Brasil.

Celeste Fortes é cabo-verdiana, safra de 1981. Doutorada em Antropologia Social e Cultural, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Feminista e ativista social e cultural. Docente e investigadora na Universidade de Cabo Verde. Lutadora, em várias frentes, pela democratização e polifonia das vozes femininas. Criadora de projetos que promovem diálogos entre a academia e a intervenção social, cultural e artística, de forma a produzir agendas endógenas de investigação e ativismo. Co-coordenou o projeto Memórias para o futuro: projetar a independência no feminino. É corealizadora do documentário Bidon: nação ilhéu ;;2019;orador, financiado pelo programa CPLP Audiovisual - DOCTV III. 

Karyna Gomes é cantora, compositora e jornalista. Iniciou a carreira musical num coro gospel no Brasil em 1997. Em 2001, voltou a Bissau, onde trabalhou como jornalista e desenvolveu sua carreira musical. Em 2007, juntou-se à banda 'Super Mama Djombo' e participou na gravação do seu último disco na Islândia. Em 2011, mudou-se para Portugal e lançou seu primeiro álbum a solo, lançado em 2014 pela editora 'Get Records'. O disco ‘Mindjer’, que significa 'mulher' em português, foi altamente aclamado pela crítica. Fundou e coordena projeto de jornalismo em crioulo no jornal a ‘Mensagem de Lisboa’ em parceria com Lisboa Criola. Karyna dedica sua carreira à causa das mulheres. Em 2021, lançou seu segundo álbum, 'N'na', que significa mamã em várias línguas africanas. Reside em Portugal, participou em vários projetos com artistas portugueses e internacionais, dividindo o palco com Jorge Palma, Lura, Sara Tavares, Dino D’Santiago, Selma Uamusse, Fafá de Belém, Boss Ac, entre outros. A cantora se apresenta em diversos países, incluindo Polónia, Letónia, Alemanha, Holanda, Portugal, Costa do Marfim, Marrocos, Cabo Verde e Guiné-Bissau. Apoia artistas guineenses da nova geração e atua como curadora da 1ª Bienal de Arte e Cultura de Bissau. Desde o início de sua carreira solo, recebeu diversos prémios, tanto no país de origem quanto internacionalmente. Em 2019, nos Estados Unidos, foi reconhecida pela ‘African Entertainment Awards’ como melhor cantora dos países africanos de língua portuguesa. Karyna tem uma destacada trajetória no desenvolvimento de projetos ao vivo em território português. Entre eles destaca-se “Acordeões da Lusofonia”, apresentado no Festival “Acordeões do Mundo” na Cidade de Torres Vedras, e “Cantar Para Melhor Agir”, um tributo a Amílcar Cabral, no Fórum Luísa Todi em Setúbal. “Grandes Canções da Guiné” é o seu novo projeto. É convidada regularmente à televisão, e foi apresentadora de programa sobre diversidade cultural em Lisboa “Canto da Casa”.

Isabel Casimiro | Académica e militante feminista, docente da UEM em serviço no Centro de Estudos Africanos, CEA, entre 1980 e Março de 2025 quando foi reformada, leccionando na mesma universidade cursos de graduação e pós-graduação. Doutorada ;;2008;orador e mestra ;;1999;orador em Sociologia, Faculdade de Economia, Universidade de Coimbra. Licenciada em História, Faculdade de Letras, UEM, 1986. Fundadora e coordenadora do Núcleo de Estudos da Mulher, 1988-1990, e do Departamento de Estudos da Mulher e Género entre 1990 e 2014. Coordenadora do Departamento de Estudos de Desenvolvimento e Género entre 2015 e 2021. Co-fundadora e membro de diversas organizações de mulheres em Moçambique. Co-fundadora e Presidente do Conselho de Direcção do Fórum Mulher – rede de organizações feministas e de mulheres - entre 1993-2000 e entre 2006 e 2015. Co-fundadora do Women and Law in Southern Africa Research and Education Trust, WLSA ;;1988;orador e da WLSA Mozambique ;;1990;orador. Presidente do Board da WLSA Moçambique entre 2015 e 2022. Participação em diversas redes de pesquisa académica em Moçambique, África e outros países. Deputada da Assembleia da República pelo partido Frelimo na primeira legislatura multipartidária, entre 1995-99, pelo Círculo Eleitoral de Maputo cidade. Autora e co-autora de diversas investigações e publicações.

Solange Salvaterra Pinto | Inquieta, revolucionária e as vezes desconcertante. Nasceu em 1974, meses antes da independência de São Tomé e Príncipe. Foi vice presidente da Men Non- associação das Mulheres de São Tomé em Portugal, Uma das 27 fundadoras do Inmune, Instituto da Mulher Negra em Portugal. Membro da Comissão Instaladora do FDSTP- Fórum da Diáspora de São Tomé e Príncipe. É ativista antirracista, feminista e interseccional e empreendedora social. Apresentadora do Podcast " Perguntas Incómodas ". Candidata a Deputada para o Círculo Eleitoral da Europa nas Eleições Legislativas de 2022. Em 2023 foi uma das mulheres líderes convidadas a participar no Forbes Women's Summit em Lisboa. Em 2023 foi uma das 100 Personalidades Negras mais Influntes da Lusofonia da Powerlist 100 da Bantumen. Comentadora e analista politica. Vice-Presidente da APPDH- Associação Portuguesa de Pais e Doentes com Hemoglobinopatias. Presença assídua em vários fóruns de debate público sobre feminismo e racismo, não fosse ela a personificação da minoria: mulher, negra e orgulhosa e impecavelmente mãe solteira. É mãe de um rapaz de 17 anos que é o seu amor da Rua 11 como nos poemas de Aires Almeida Santos.

Paula Cardoso é fundadora da comunidade digital Afrolink, é também autora da série de livros infantis Força Africana, projetos desenvolvidos para promover uma maior representatividade negra. Com o mesmo propósito cocriou O Tal Podcast, apresenta o programa de TV Rumos, e é cronista da revista Brasil Já, a que junta um espaço de opinião no Gerador. Integra ainda o Fórum dos Cidadãos, que contribui para revigorar a democracia portuguesa, e é Embaixadora do European Climate Pact, compromisso de combate às alterações climáticas. Natural de Moçambique, licenciou-se em Relações Internacionais e trabalhou como jornalista durante cerca de 20 anos, percurso iniciado na revista Visão. Em 2023 foi apontada pela revista de negócios “Success Pitchers” como uma das “10 Mulheres Líderes Mais Inspiradoras do Empreendedorismo Social”.

Paula Machava | Licenciada em Linguística e Literatura pela Universidade Eduardo Mondlane-Moçambique. Mestre em Educação/ Ensino de Português pela Universidade Pedagógica- Moçambique. Actualmente, é doutoranda em Estudos Feministas -Universidade de Coimbra- Portugal. É Assistente Universitária -Universidade Lúrio (UniLúrio) em Moçambique. Lecciona as cadeiras da área de literatura, sobretudo as literaturas Africanas em Língua Portuguesa assim como a disciplina de Técnicas de Expressão em Língua Portuguesa. É orientadora dos temas transversais "Educação para a Igualdade de Género" e "Género e Sexualidade". Tem interesses em ritos de iniciação, género e educação; género, literacias comunitárias; género e desenvolvimento local; economias feministas e cuidado

Terezinha da Silva | Ativista e pesquisadora moçambicana com trabalho dedicado à defesa dos direitos humanos das mulheres e à promoção da igualdade de género. Mestre em Social Policy and Planning in Developing Countries pela LSE ;;Londres;orador e com experiência de investigação em Harvard, atua nas áreas de saúde, género, direitos humanos e políticas sociais. Foi coordenadora nacional do think tank feminista Women and Law in Southern Africa – Moçambique, durante 13 anos. É membro do National Reference Group do programa Spotlight Initiative, contribuindo para políticas de combate à violência contra mulheres e raparigas. A sua trajetória é marcada pelo compromisso com um futuro mais justo, onde as vozes femininas moldam decisões e transformam realidades.