Resumo

Nesta apresentação será feito um relato histórico da criação e desenvolvimento da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA), bem como suas bases conceituais e políticas. Atuante desde 2002, a RBJA resulta da iniciativa de movimentos sociais, sindicatos de trabalhadores/as, ONGs, entidades ambientalistas, ecologistas, organizações de afrodescendentes e indígenas e pesquisadores/as universitários/as. Constitui-se como um fórum de discussões, de denúncias, de mobilizações estratégicas e de articulação política, com o objetivo de formulação de alternativas e potencialização das ações de resistência desenvolvidas por seus membros ― movimentos sociais, entidades ambientalistas, ONGs, associações de moradores, sindicatos, pesquisadores universitários e núcleos de instituições de pesquisa/ensino. Na apresentação serão dados exemplos atuais de grupos de trabalho e processos mobilizadores em curso que articulam movimentos sociais com ONGs e grupos acadêmicos, os quais revelam as contradições e resistências ao modelo hegemônico de desenvolvimento econômico e social decorrente da inserção brasileira no processo de globalização.

Nota biográfica

Marcelo Firpo Porto é pesquisador titular do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), Fundação de Investigação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, Brasil. Tem experiência na área de Saúde Colectiva, com ênfase em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, trabalhando actualmente sobre os seguintes temas: abordagens integradas de riscos; justiça ambiental e ecologia política; vulnerabilidade social; complexidade, riscos e incertezas; princípio da precaução; promoção da saúde em áreas urbanas vulneráveis. Lecciona no programa de pós-graduação em Saúde Pública da ENSP/FIOCRUZ, na área de concentração "Processo Saúde-Doença, Território e Justiça". É autor, dentre outros, do livro " Uma ecologia política dos riscos: princípios para integrarmos o local e o global na promoção da Saúde e da justiça ambiental". É consultor do projecto de investigação “O envolvimento da ciência com a sociedade: Ciências da Vida, Ciências Sociais e públicos (BIOSENSE)”, coordenado por João Arriscado Nunes, em curso no CES.

Organização: Programa de Doutoramento “Governação, Conhecimento, Inovação”