Teses Defendidas
A prevenção à violência em escolas brasileiras e portuguesas: limites, impasses e possibilidade
26 de Julho de 2017
Human Rights in Contemporary Societies
Simone Gonçalves Assis
e
Ana Cristina Santos
Doutoramento em Regime de Cotutela com a Universidade de Coimbra
Este estudo buscou compreender e problematizar a violência que ocorre em escolas públicas brasileiras e portuguesas, em especial as práticas de prevenção desenvolvidas nestes contextos a partir do olhar de equipes interdisciplinares instituídas nas políticas educacionais, em âmbito municipal, no Rio de Janeiro, Brasil e em âmbito nacional, em Portugal. A pesquisa foi realizada a partir de um estudo exploratório, utilizando método de investigação qualitativa a partir de entrevistas. Foram entrevistados 24 profissionais de equipes interdisciplinares no Brasil e em Portugal e posteriormente realizada a análise de conteúdo em sua modalidade temática. Os resultados são apresentados em três artigos relacionados entre si e articulados com o objetivo geral deste estudo. No primeiro artigo "Prevenção à violência escolar: uma revisão da literatura" foi realizado o levantamento bibliográfico sobre prevenção à violência escolar, por meio de revisão sistemática realizada em periódicos nacionais e internacionais a partir de artigos indexados em bases multidisciplinares e da saúde. Os resultados apontam para o predomino de investigações científicas de avaliação de programas de prevenção da violência, de cunho quantitativo e que consideram a definição de violência escolar como interpessoal e restrita entre estudantes. O segundo artigo: "Caracterização da violência em escolas brasileiras e portuguesas" buscou compreender e caracterizar as concepções de violência escolar no contexto brasileiro e português através da atuação dos dois programas interdisciplinares e os resultados apontam alicerces diferenciados na caracterização de violência escolar nos diferentes países, como por exemplo, o uso da terminologia indisciplina e bullying em Portugal e, no Brasil, violência interpessoal, institucional e simbólica. E o terceiro artigo "A prevenção à violência em escolas brasileiras e portuguesas: impasses e possibilidades" objetivou compreender de que modo e em que medida as equipes interdisciplinares de apoio às escolas caracterizam e desenvolvem ações em prol da prevenção à violência. Os resultados apontam que as concepções sobre prevenção à violência se apresentam de modo diferente em ambos os países e que as ações preventivas relatadas apresentam similaridades, destacando-se práticas específicas e inespecíficas de prevenção. Discute-se que momentos de sensibilização com foco na distinção das diferentes manifestações da violência poderiam facilitar a sensibilização de profissionais, estimular a realização de capacitações e propiciar a elaboração de estratégias de prevenção à violência em ambos os países, mais afinadas com as ações preconizadas pela literatura científica e instâncias internacionais.
Palavras chave: violência, escolas, prevenção.
Data de Defesa
Programa de Doutoramento
Orientação
Resumo
Este estudo buscou compreender e problematizar a violência que ocorre em escolas públicas brasileiras e portuguesas, em especial as práticas de prevenção desenvolvidas nestes contextos a partir do olhar de equipes interdisciplinares instituídas nas políticas educacionais, em âmbito municipal, no Rio de Janeiro, Brasil e em âmbito nacional, em Portugal. A pesquisa foi realizada a partir de um estudo exploratório, utilizando método de investigação qualitativa a partir de entrevistas. Foram entrevistados 24 profissionais de equipes interdisciplinares no Brasil e em Portugal e posteriormente realizada a análise de conteúdo em sua modalidade temática. Os resultados são apresentados em três artigos relacionados entre si e articulados com o objetivo geral deste estudo. No primeiro artigo "Prevenção à violência escolar: uma revisão da literatura" foi realizado o levantamento bibliográfico sobre prevenção à violência escolar, por meio de revisão sistemática realizada em periódicos nacionais e internacionais a partir de artigos indexados em bases multidisciplinares e da saúde. Os resultados apontam para o predomino de investigações científicas de avaliação de programas de prevenção da violência, de cunho quantitativo e que consideram a definição de violência escolar como interpessoal e restrita entre estudantes. O segundo artigo: "Caracterização da violência em escolas brasileiras e portuguesas" buscou compreender e caracterizar as concepções de violência escolar no contexto brasileiro e português através da atuação dos dois programas interdisciplinares e os resultados apontam alicerces diferenciados na caracterização de violência escolar nos diferentes países, como por exemplo, o uso da terminologia indisciplina e bullying em Portugal e, no Brasil, violência interpessoal, institucional e simbólica. E o terceiro artigo "A prevenção à violência em escolas brasileiras e portuguesas: impasses e possibilidades" objetivou compreender de que modo e em que medida as equipes interdisciplinares de apoio às escolas caracterizam e desenvolvem ações em prol da prevenção à violência. Os resultados apontam que as concepções sobre prevenção à violência se apresentam de modo diferente em ambos os países e que as ações preventivas relatadas apresentam similaridades, destacando-se práticas específicas e inespecíficas de prevenção. Discute-se que momentos de sensibilização com foco na distinção das diferentes manifestações da violência poderiam facilitar a sensibilização de profissionais, estimular a realização de capacitações e propiciar a elaboração de estratégias de prevenção à violência em ambos os países, mais afinadas com as ações preconizadas pela literatura científica e instâncias internacionais.
Palavras chave: violência, escolas, prevenção.